Preciso aprender gramática para falar inglês?

Hello, guys!

Aqui é o Felipe Espinosa.

No artigo de hoje, vou tirar uma dúvida que muitos alunos me perguntam sempre:

Preciso aprender gramática para falar inglês?

Um aluno, recentemente, me mostrou inclusive o vídeo de uma professora falando o por que precisamos aprender a gramática para falar.

As justificativas dela eram, basicamente, para entrevista de emprego, para escrever uma redação ou um email formal, ler um contrato, para se comunicar em uma situação formal de fala.

Ou seja, ela já imagina o uso da gramática para situações mais formais.

Mas e aí, é preciso aprender realmente? Eu concordo com esse posicionamento?

Sim, concordo com tudo o que aquela professora disse, e também acredito que precisamos aprender gramática.

Mas a grande questão é que eu penso a gramática como um linguista, pois é esse o meu título, e ela, assim como a maioria dos professores de idiomas, pensa a gramática como um gramático.

E tem uma diferença enorme nisso!

Mas afinal, o que é gramática?

Basicamente, é um conjunto de regras que estabelecemos para nos comunicarmos.

Mas temos:

Gramática prescritiva – prescreve as regras.

Gramática descritiva – mostra como se dá.

O gramático, prescreve as regras, dita como deve ser a língua. E isso vai incidir, principalmente, na escrita.

Algumas pessoas então dizem? Essa é a regra! Agora, precisamos sempre falar:

“O livro do qual eu preciso.”

“O restaurante em que eu comi.”

Se você diz diferente disso, está errado!

Mas as línguas são dinâmicas, se modificam o tempo todo, e o linguista percebe e estuda isso. Como diz Luiz Antônio Marcuschi, um dos maiores linguistas brasileiros, a gramática da língua escrita é diferente da gramática da língua oral.

Por isso, o linguista é diferente do gramático.

Mas é claro que precisamos saber o funcionamento e as regras de uma língua. Entretanto, não devemos aprender a gramática através da gramática. Ou seja: é importante saber gramática. Mas não aprendê-la através da teoria. E sim, da prática constante, do uso real da língua – seja na fala ou na escrita.

Vamos pensar em um bebê, que diz a seguinte frase: “Mamãe, eu quero mamar.” Temos um vocativo, um pronome em primeira pessoa, um verbo no infinitivo, etc…

Vamos ensinar isso então para o bebê? Para ele ficar bem consciente de quais são as regras gramaticais da língua de que está falando?

Claro que não!

Vamos incentivar o bebê a praticar mais e mais, isso sim!

Da mesma forma, saber a gramática do inglês é diferente de decorar nomenclaturas.